quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O ensino híbrido acelera a necessidade da aplicação de tecnologias educacionais nas escolas

  

O ensino híbrido acelera a necessidade da aplicação de tecnologias educacionais nas escolas

O impacto da pandemia na educação vai refletir na redução das aulas tradicionais e expositivas. Mesmo com a retomada das aulas presenciais, o ensino remoto continuará fazendo parte da rotina de professores e estudantes, pois na maior parte do país será preciso adotar o ensino híbrido.

Esse modelo promove uma mistura entre o ensino presencial e propostas de ensino on-line. Apesar de já ser discutido há algum tempo, a necessidade de sua implantação foi acelerada pela pandemia e trouxe consigo muitos desafios. O ensino híbrido também é uma adequação às competências propostas pela Base Nacional Comum Curricular, que inclui a implementação da cultura digital nas escolas.

A ideia é que os recursos digitais complementem e reforcem tudo que o professor transmite em sala de aula, estimulando a aprendizagem com ferramentas adicionais para que o aluno busque e desenvolva maior compreensão dos conteúdos. Para isso, o plano de aula deve ser pensado e elaborado para incluir e integrar a tecnologia de maneira relevante, como a utilização de textos em formato digital, discussão de temas em fóruns on-line, multimídias para expor os conteúdos, entre outros.

É certo que essa metodologia transforma a maneira de ensinar do professor e a maneira de aprender dos alunos, distanciando-se do modelo tradicional de educação para se adequar às mudanças trazidas pela tecnologia. Sendo assim, é preciso reestruturar o plano pedagógico, a gestão da escola e a organização da sala de aula, e trabalhar na adesão e adaptação dessa metodologia por parte de toda a comunidade escolar.

Trabalhar o ensino híbrido na Educação Infantil será um desafio ainda maior, pois as crianças precisam de acompanhamento constante. Para isso, vale utilizar de atividades lúdicas, com brincadeiras interativas relacionadas ao que foi ensinado nas aulas presenciais, para que as crianças possam praticar em casa, com o apoio dos pais.

O papel do professor no ensino híbrido será estimular a interação, a colaboração e o envolvimento dos alunos com as tecnologias digitais, ao passo em que os relaciona aos conteúdos a serem aprendidos, favorecendo esse processo. Para que isso ocorra, os professores precisam de uma formação continuada voltada para a utilização dos recursos tecnológicos na educação para saberem integrar, de forma adequada, ao plano pedagógico.

Algumas das possibilidades de combinar o ensino presencial e remoto são o esquema de rotação, que propõe o estudo de uma mesma disciplina ou tema específico, ora por meio de plataformas digitais, ora realizando projetos em grupo, alternando quem estuda na modalidade virtual e presencial; a sala de aula invertida, que utiliza o conhecimento prévio do aluno, obtido por meio digital, para discutir em sala de aula o tema estudado e compartilhar com os colegas e o professor; o sistema Flex, permitindo que o estudante aprenda através de recursos digitais com maior autonomia, mas tem o professor disponível para tirar dúvidas sempre que precisar; e o laboratório on-line, que disponibiliza o curso inteiro em plataforma digital, mas em um ambiente físico, assim os alunos estudam no laboratório e também assistem às aulas tradicionais.

Tudo isso, no entanto, não será possível se não houver uma mudança na infraestrutura, no currículo, nas práticas pedagógicas e na formação dos professores. É preciso, também, dispor dos recursos tecnológicos que permitam o ensino virtual de forma adequada e eficaz, saber usar ambos como complementares e interagir uma modalidade com a outra. Tudo isso mostra a importância do investimento constante na tecnologia educacional, o meio mais eficiente para suprir essa necessidade de se adaptar e interagir com as novas gerações, tornando os alunos mais envolvidos com o processo educacional.

O momento atual será de dificuldades e grandes desafios nessa implementação. O ensino híbrido, contudo, provoca uma discussão importante, que sempre foi deixada em segundo plano no Brasil, e agora vem com a oportunidade de transformação para democratizar o acesso à tecnologia e levar o ensino a todos, tanto na educação privada quanto pública.

 

 

 

 

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