quinta-feira, 5 de setembro de 2019



Como adaptar a sua escola para alunos com necessidades específicas

  

Quais são necessidades específicas?

Pessoas com necessidades específicas são aquelas que possuem condições que alteram de forma permanente as funções consideradas normais para o ser humano. Existem alguns tipos de necessidades específicas, que podem afetar aspectos motores, sensoriais ou intelectuais.
Segundo a legislação brasileira, são portadores de necessidades específicas as pessoas que se enquadram nos seguintes critérios:

Deficiência física 

Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, causando o comprometimento da função física. São consideradas deficiências físicas: paraplegia, tetraplegia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade, entre outras.




Deficiência auditiva



Perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma.





Deficiência visual


Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica ou os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o



Deficiência mental

Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas, tais como: comunicação; cuidado pessoal; habilidades sociais; utilização da comunidade; utilização dos recursos da comunidade; saúde e segurança; habilidades acadêmicas; lazer e trabalho.

Deficiência múltipla

Associação de duas ou mais deficiências.

Dicas para adaptar a sua escola para receber crianças com necessidades especiais

1| Rampas

O ideal é colocar rampas de acesso e nivelar o piso (principalmente nas áreas externas). A escola precisa construir rampas de acesso que permitam que o aluno chegue sem dificuldade até salas de aulas, andares superiores, bibliotecas, lanchonetes, quadras, brinquedos, salas de informática e demais ambientes. As rampas devem ter corrimões apropriados e em duas alturas, um com 0,70m e outro 0,92m. É importante lembrar que esse acesso deverá ser facilitado também à todos os ambientes usados pelos estudantes.

2| Portas

As portas da instituição também precisam ser adaptadas para garantir a passagem de uma cadeira de rodas. É recomendado que a largura do vão seja de no mínimo 0,80 m e a altura de 2,10 m. Além disso, as maçanetas devem ser de alavanca (e não redondas), o que facilita a abertura por pessoas com problemas motores nas mãos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu o Manual de Acessibilidade da instituição, que orienta e informa sobre as Medidas Padrão Para Cadeirantes. Fique atento!

3| Móveis

Todos eles devem ser adaptados, com fácil acesso e com portas, quando for o caso, que permitam a entrada do cadeirante. O ideal é que 50% dos equipamentos sejam acessíveis, com altura livre inferior de no mínimo 0,73m do piso. Para que isso seja adaptado da melhor maneira possível, é recomendado que pelo menos 1% do total das carteiras, sendo no mínimo uma para cada duas salas de aula, seja especial para cadeirantes. Para isso, a mesa deve ter altura flexível chegando ao mínimo de 0,73m do piso. Essa preocupação deve se estender ao refeitório e lanchonetes, para permitir que o aluno possa se alimentar confortavelmente.

4| Salas de aula

Além do acesso fácil e da porta com dimensões adequadas, a sala de aula precisa estar adaptada para atender esses estudantes com necessidades especiais. As lousas devem ser instaladas a uma altura inferior a 0,90 m do piso. Os móveis devem ser acessíveis e um cadeirante precisa passar com facilidade até chegar ao seu local na sala. Os móveis devem ser dispostos de maneira que o deficiente consiga visualizar o professor e o quadro-negro com facilidade, e as fileiras de carteiras devem ter largura suficiente para que o aluno circule pela sala.

5| Banheiros

Tanto alunos quanto professores precisam ter acesso a banheiros especiais adaptados para cadeirante. Para isso, no mínimo 5% dos sanitários da escola precisam ser adaptados, garantindo que haja pelo menos um banheiro adaptado masculino e outro feminino. Além disso, 10% dos demais sanitários devem ser facilmente adaptáveis, caso se faça necessário por um aumento do número de alunos da escola. Além de portas grandes e altura do vaso adequada, os banheiros devem possuir barras de apoio para o vaso sanitário e para os lavatórios.

6| Piso tátil

Os pisos táteis são placas com relevo fixadas no chão. Elas permitem que deficientes visuais se localizem e possam se locomover com autonomia. Existem dois tipos de piso tátil: o direcional, com relevos lineares, e o de alerta, com relevos redondos dispostos uniformemente. O piso tátil direcional deve ser instalado para indicar caminhos, enquanto o piso tátil de alerta deve ser usado para sinalizar degraus, portas, obstáculos, mudanças de direção ou cruzamentos de caminhos. Além disso, o ideal é que a escola instale um mapa tátil próximo à entrada. Com esse recurso, deficientes visuais poderão entender o espaço em que estão e se deslocar com mais facilidade.

7| Material didático

Deficientes visuais precisam ter acesso ao material didático. Por isso, é importante fornecer versões com letra ampliada e alto contraste para alunos com baixa visão e versões em áudio ou braille para os estudantes cegos. Fora isso, computadores devem contar com programas de conversão de texto em áudio e de interface de uso para cegos. No caso de deficientes auditivos, é preciso oferecer uma versão legendada ou com a presença de um intérprete de LIBRAS ao utilizar materiais audiovisuais.

8| Profissionais

Professores e demais profissionais pedagógicos devem ser treinados para lidar com alunos portadores de necessidades especiais. É preciso que estes profissionais entendam de forma clara qual é a deficiência do aluno, quais são suas limitações e quais são as consequências dos tratamentos. Fora isso, é comum que estudantes com limitações mais severas contem com facilitadores que oferecem uma atenção individualizada e atuam como mediadores do aprendizado. Vale destacar que a escola também deve acionar um intérprete de LIBRAS para o caso de ter que atender um aluno deficiente auditivo!

9| Estacionamento

A Lei da Acessibilidade (Lei nº 10.098, de 2000, artigo 7º) determina que todos os espaços de estacionamento devem 2% das vagas, ou no mínimo uma vaga destinada a pessoas com mobilidade reduzida. Por isso, se sua escola tiver estacionamento, você terá que demarcar uma vaga para deficientes. A vaga deve estar próxima à entrada da escola e deverá contar com um espaço lateral para facilitar o embarque e desembarque. Qualquer motorista ou passageiro com mobilidade reduzida terá o direito de utilizá-la.

10| Sinalização

Para indicar o acesso para pessoas com mobilidade reduzida, bem como móveis especiais e banheiros adequados, é necessário fazer uso do símbolo internacional de acesso. Já os recursos para deficientes visuais devem ser sinalizados com o símbolo internacional de pessoas com deficiência visual, enquanto os recursos para surdos recebem o Símbolo Internacional Deficiência Auditiva. Os símbolos podem ser desenhados em branco sobre o fundo azul ou também em branco e preto.

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